Wednesday, May 16, 2007

Começo o meu post com uma questão?

Ganham os deputados o justo?

Se a resposta for negativa, como resolvê-lo?

Wednesday, May 09, 2007

"Uma mãezinha via a primeira parada do filho após a recruta.
Ao vê-lo passar exclama:
-Como o meu filho marcha bem, é o único que marcha certo."

As eleições Regionais da Madeira ocorridas recentemente vieram ditar um resultado esmagador para o PSD. Destas eleições ficou para a história o maior número de votos de sempre do PSD, traduzindo em mandatos um resultado semelhante aquilo que sempre foi tradição na Madeira.
Portanto, a transformação em círculo eleitoral único não trouxe o resultado esperado. Pretendia-se reduzir o peso do PSD na Assembleia da Madeira (AM) e dar valor à AM, como orgão com funções orientadoras para o Governo Regional, mas o tiro saiu pela culatra...
Se antes ida à Assembleia era uma confirmação da vontade do Governo, agora passou a Assembleia passa a ser um orgão consultivo esvaziado de todo e qualquer fim. POR QUATRO ANOS DEIXOU DE EXISTIR ASSEMBLEIA.

Como avaliar a situação?

Não é, de facto, fácil retirar conclusões disto tudo.
Contudo, a primeira conclusão a retirar é que a mensagem do PSD passou e passou bem. Os madeirenses interiorizaram que a recente alteração da Lei das Finanças Regionais foi um ataque à Madeira. Será que estas eleições fizeram diferença ao Governo da República? Dúvido. A haver diferença foi um saldo positivo a favorecer a popularidade do PS nacional, fruto da contenção nos dinheiros públicos. Continua sem se fazer passar a ideia do que deve ser a Lei das Finanças Regionais e desta campanha continua sem haver uma discussão de como deveriam ser as relações financeiras da Região com o Estado português: tudo como dantes...
A segunda conclusão é que a mensagem da oposição continua sem passar. Não é só o PS-Madeira que continua sem fazer passar a mensagem, é toda a oposição, sem excepção. Digo isto porque o partido no poder aumentou a votação e quando assim é...

Particularizando, o caso do PS é sintomático. Após uma subida contínua desde 1993, nas eleições autárquicas, até 2005, teve o seu pior resultado de sempre. Como avaliar isto? Bem, em primeiro lugar, o capital conquistado ao longo destes anos todos foi desperdiçado e aquilo que levou tanto a construir, levou tão pouco a destruir. Em segundo lugar, não existe defesa possível para este resultado: em outras situações bem mais complicadas para o PS foram conseguidos resultados bem mais expressivos que este.

Que fazer, então?

Está na altura do PS reflectir. Está na altura do PS se começar a afirmar como uma alternativa válida, com propostas que apelem aos madeirenses. O caminho seguido até agora não levou a bom porto as intenções. Deve o PS afirmar a sua posição como um condutor dos destinos da Madeirae fazer crer aos madeirenses que pode ser poder. O PS- Madeira sem sede de poder, de nada pode valer à Madeira.
Só resta um caminho para esta direcção do PS: a demissão.

Quanto ao CDS-PP/Madeira, a análise é análoga. Tinha a sua oportunidade de ouro para crescer e se afirmar como o terceiro partido da região: falhou. Falhou por causa da sua situação interna, falhou porque não soube fazer passar a mensagem. A sua opção terá de passar, inevitavelmente, por uma reflexão interna e com uma ida a votos da sua direcção.

A CDU também tem de mudar a sua postura. è necessário compreender que esta votação pode ser fruto dos condicionalismos. Mas, por outro lado, deve saber apelar a estes que votaram pela primeira vez CDU. Em suma, tem de mudar o discurso, torná-lo mais moderno, apelativo e consistente.

Os dois novos partidos com representação PND e MPT vêm demonstrar a falta de capacidade de reconhecimento dos partidos de que são oriundos: CDS-PP e PS. Estas listas vieram "roubar" eleitorado que era desses partidos e, por meras disputas partidárias, fragilizam o tecido político da oposição regional.

Uma grande lição sai destas eleições: os candidatos devem ser escolhidos com base no seu capital político.
A lição final foi a alteração introduzida em termos de timming. O PSD passa a estar pró-ciclico com o crescimento económico, vindo de uma situação que lhe era desfavorável. Teve um bónus: o melhor resultado de sempre!